Um sonho que não é nada do que se sonha é a faculdade…

25 de julho de 2010


Um sonho que não é nada do que se sonha é a faculdade. Acha-se que vai ser mais fácil o convívio e a aceitação de todos, porém é muito mais difícil. Entrei na Universidade do Estado de Minas Gerais para o curso de Design Gráfico. Assim que souberam que eu tinha passado ligaram na minha casa e marcaram uma reunião comigo e com minha mãe. Por razões práticas, minha mãe foi sozinha. Os cordenadores disseram que para fazer o curso tinha que ter habilidade motora. Se minhas limitações afetarem o meu rendimento estou preparada para interromper o curso. Na reunião minha mãe deixou isto bem claro. Algumas coisas não pude fazer nesses períodos, porém os professores adaptaram as atividades de acordo com minhas limitações.

O designer é um projetista. No meu caso, não tenho que executar o projeto, por exemplo de uma embalagem. Tenho que fazer o projeto para que uma pessoa possa executar. Não tenho o que reclamar dos meus professores. Eles cobram o mesmo ou mais de mim do que dos outros alunos. Uns são mais receptivos do que outros. A estrutura e o apoio dos professores e dos cordenadores da Escola de Design é para mim excelente. Eles me ouvem e me dão total ajuda e segurança. Nos comunicamos mais por e-mail.

Na minha turma de faculdade foi diferente. O convívio com meus colegas em dois anos de curso foi extremamente fora do “normal” para mim. Esperava encontrar pessoas mais maduras e ter uma vida social um pouco mais intensa, porém foi o oposto. Não por eles me tratarem mal ou não me ajudarem, mas sim por eles serem extremamente e estranhamente academicos comigo. Não há conversa fora do assunto dos trabalhos e eles discutem e disputam comigo os “privilegios” que eu tenho. Trabalho em grupo sempre foi um problema desde do colégio, achei que seria pelo menos um pouco melhor na faculdade, mas é pior. Além deles não deixarem ajudar no trabalho, eles reclamam com os professores que não faço nada. Não consigo fazer nada de última hora, pois demoro o dobro do tempo do que uma pessoa “normal”. Meus colegas sempre deixam os trabalhos pro último minuto. Eu tento ajudar, mas acabo brigando com eles pois acho que o trabalho pode ser melhor.

Porém nestes dois anos aprendi algumas coisas: a me virar sozinha, que não estou na faculdade para fazer o social, a conviver com as pessoas sem ligação mais intima, que nem tudo é como se espera e que tenho muito o que mudar na minha postura de convivência.


5 Comentários

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  1. Larissa disse:

    Olá Pri,

    É amiga, a facul não é moleza não… Tbm senti o msm q vc, viu? Lá, eles são mto competitivos, ninguém pensa no outro! Mas, tenho certeza q vc vai tirar ela de letra, pois é mto competente!!!

    Um abração!

  2. michelinacio disse:

    Sempre te Alertei, mas você não me dava ouvidos… Faculdade é para buscar espaço no mercado de trabalho não é clube social! Tenha em mente isto… Também não entendo outras coisas… Mas enfim, um grande abraço do teu amigo,
    Michel

  3. Pri, demorei mas vim aqui.
    Não sou a pessoa da internet e ando muito atarefado.
    Te desejo toda felicidade deste mundo e sucesso.
    beijos

  4. f.melgaço disse:

    Ei Priscila, sou Fabiana Melgaço, artista plástica e analista de sistemas, agora tentando ser fotógrafa profissional..rsrs. Vim tambem da Design do curso de Lic. Artes Visuais.
    Li seu texto e arrepiei por saber a repercurssao do tratamento que vc teve na UEMG.
    É claro, que quando entramos em uma faculdade ( ate entao, o lugar mais sonhado ), pensamos que vamos ser aplaudidos por todos, mas ainda bem que temos nossa familia que nos aplaude. Precisamos nos sentir amados pela familia e pelos verdadeiros amigos.
    beijos e tudo de bom.
    Fabiana Melgaço

  5. Lirian disse:

    Oi Pri,
    Vi seu blog através do facebook e saber que você está cursando Design Gráfico na UEMG me deixou muito feliz. Formei ano passado com um ano de atraso em Pedagogia na UEMG, não tenho uma deficiência, mas uma doença mental e só eu, DEUS e algumas pessoas sabem o quanto foi difícil para que eu me formasse. Talvez se tivesse ido para outra faculdade não teria conseguido. Lá na FAE/UEMG há por parte da direção e de certos professores uma política mais inclusiva, mas eu vivia tendo que tirar licenças pois sempre tinha intoxicações medicamentosas. Mas vim aqui pra dizer JAMAIS DESISTA, mesmo se você tenha aqueles colegas malas na sua turma que te enchem o saco, que te olham como a coitadinha, a protegida.VocÊ tem direito adquirido de fazer faculdade como eles, você passou no vestibular, embora tenha mais limitações que eles.
    Lá na FAE a monografia é em grupo, minha monografia foi sobre inclusão de pessoas com deficiência no ensino regular meu e-mail é larmboasnovas@gmail.com, se quiser me escreva.

    Abraços, Li

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