Escrevi esse texto para o Blog Tix.
Desde nova gosto de ganhar meu dinheiro. Quando criança eu e minha irmã inventamos de fazer adesivo para vender na escola. Depois eu com meus 13 anos, fazia cartão de visitas no Word para fisioterapeuta, dava muito trabalho. Sempre desenhei, desde nova, mas aos 14 anos fui livre para usar o pé e criar. Comecei a desenhar no Paint Brush e foi assim que nasceu a possibilidade de reproduzir meus desenhos em cartões postais, camisetas, ímãs, canecas… E por acaso nesse meio do caminho escrevo poesias e já publiquei dois livros.
Criei a marca Feito com os pés que hoje tem o principal objetivo mostra que é possível estudar, trabalhar, ter uma vida feliz e bem perto do “normal” tendo somente um pouco de coordenação motora nos pés e muitas ideias na cabeça. Hoje minha arte é meu trabalho e minha inspiração para continuar nesse caminho, falando: “Sim, tudo é possível.”
Formei em design gráfico, mas desde os primeiros dias de faculdade vi que não ia trabalhar formalmente. Pois estudar mata-se um leão por dia, quem é deficiente sabe bem. Imagina quantos leões ia ter que enfrentar no mercado de trabalho mega competitivo. Na faculdade já era muito competitiva, pois imitava o mercado de trabalho do designer. Além do preconceito e das barreiras que teria no trabalho, teria que ter uma cuidadora, pois minha mãe já não teria idade para me acompanhar diariamente oito horas de trabalho uma agencia de publicidade, por exemplo.
Mas amo quando alguém me procura para fazer uma peça gráfica. Utilizar o que aprendi na faculdade é uma das minhas grandes alegrias. Sempre estou disponível a trabalhar freelancer. Me realizo profissionalmente tentando agradar o cliente. Já fiz muitos trabalhos como designer, nem posso reclamar muito da economia ou da falta de procura pelo meu trabalho. Pois sei que está difícil trabalho e tem muitos que fazem o que eu sei fazer.
Graças ao computador tenho total autonomia na minha atividade. Eu falo com cliente, compro, vendo, e até faço a administração bancaria da minha casa atualmente. As pessoas na maioria das vezes não acreditam que sou eu que preencho os formulários das feiras, que sou eu quem faz os contatos com a gráfica, que sou eu quem pago, contrato serviços, pesquiso e escolho o que me atende melhor. Porem para as atividades da vida diária (comer, tomar banho…) preciso de ajuda e é por isso que acredito que as pessoas não entendem como faço “tudo” se minhas limitações não permitem que leve um biscoito na boca. Entendo que é difícil imaginar sendo que só tenho um pouco de coordenação nos pés, mas minha missão é mostrar que tudo é possível.
Estou sempre renovando e sempre buscando novas técnicas no desenhar. Hora mudando o material, a técnica ou o meio do desenho. Desenhava muito no computador, mas atualmente estou investido mais no meu desenho a pé livre e tem agradado muito as pessoas. Quase que diariamente desenho e produzo para minha marca Feito com os pés. Tem um ano que participo de feiras pela cidade com meus produtos. Poesias e desenhos que viram mimos! As feiras foi o caminho que encontrei para minha arte ficar sempre viva, fazer o que aprendi e amo e ser produtiva.